Prof. Antonio Marcos Ferreira[1]
Assistindo certo dia a
TV senado pude apreciar um momento mais do que especial na política brasileira,
em sessão que durou quase 4horas, aquela casa prestou homenagem aos 25 anos da nova
Constituição Federal (conhecida como a constituição cidadã) promulgada no ano
de 1988. A referida Constituição é um documento fundamental para a democracia de
nosso país, já que marca o fim da era da ditadura militar (iniciada em 1964) e
dá inicio a outro ciclo da política nacional.
A sessão que
inicialmente foi presidida pelo senador Renan Calheiros teve a presença do ex-presidente
da República e atual senador, José Sarney, que em 1985 convocou a assembléia
constituinte, e do também ex-presidente da república e ex- constituinte, LuizInácio
Lula da Silva. Esteve presente também o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal,
Nelson Jobim, que também era constituinte na ocasião.
Ao anunciar o início da
sessão especial, Renan Calheiros, referiu-se à constituição de 1988 como
"a mais longeva constituição democrática brasileira". Na cerimônia,
foram condecorados com a medalha Ulysses Guimarães, além dos ex-presidentes,
todos os atuais senadores que participaram da Assembléia Nacional constituinte.
Ao assistir aquela sessão
lembrei-me
do que sempre tenho dialogado com meus alunos(citando-lhes Hannah Arendt e
Chauí ): desde a Grécia antiga até a
conjuntura brasileira atual o discurso foi sempre tão fundamental para a
democracia. E digo ainda que não há quem não se encante com um bom discurso, com
a palavra, com argumentação. Na sessão em questão, por exemplo,vi toda a
admiração do Senado Federal diante das palavras do sábio senador da República: Paulo
Paim, que ao lembrar os 25 da constituição brasileira (nossa carta magna)
defendeu a coerência dos nossos discursos (lembrando que a 25 anos, o PT já
defendia o fim do voto secreto). Reafirmo
que vi todo o Senado encantar-se com discurso de Paim - inclusive aqueles que
sequer concordam com as ideias de Senador - e mesmo após fim dos seus 10
minutos (tempo reservado para cada orador) foi orientado pela senadora Vanessa
Grazziotin (que presidia a sessão) a continuar o
discurso. "O senador pode continuar falando o tempo que quiser",
disse Grazziotin, com a concordância dos demais senadores presentes.
Lembrei-me de um livro de bolso fantástico de autoria de Donaldo
Schuler intitulado Origens do discurso
democrático, onde parafraseando o filósofo Heráclito diz: “ A lei não elide
o conflito: o conflito é pai de tudo” . Deveríamos usar o citado trecho para lembrar
aos ditadores de plantão, que passamos já quase 3 décadas do fim da ditadura
militar, e hoje vivemos em uma democracia, onde não mais a violência, mas o
argumento é que deve mover os rumos da política
Graduado em Filosofia
(Bacharelado e Licenciatura Plena) pela Universidade Federal do Pará - UFPA.
Pós-graduado em Educação, Diversidade e Inclusão Social pela Universidade
Católica Dom Bosco (UCDB). Professor da Rede Estadual de Educação –
SEDUC/PA. Coordenador do Núcleo de
Cultura e Educação Populardo Instituto Caboclo da Amazônia. Membro da Academia Igarapémiriense de letras
cadeira nº 01- patrono Manoel Alexandrino Correa Machado.
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