domingo, 22 de maio de 2016

SERÁ QUE O PROBLEMA DO BRASIL ESTÁ NA FALTA DE AMOR?

Prof. Antônio Marcos Ferreira[1]

Lendo as páginas do Jornal Diário do Pará da última terça feira 08/01/12, deparei-me com um texto no mínimo provocativo. O Texto trazia uma breve abordagem sobre odiscurso do senador Eduardo Suplicy (PT/SP), que ocupando a tribuna parlamentar em dezembro do ano passado defendia a inclusão da palavra “AMOR” antes do lema “Ordem e Progresso”na bandeira brasileira, ocasião em que fora rebatido pelo seu colega de parlamento, o senador Cristovam Buarque(PDT/DF), que fazendo o discurso de discórdia expressou-se “ se tivéssemos que  fazer uma nova bandeira para o povo brasileiro, seria preciso tirar tudo que está escrito, já que em nosso país dez milhões de cidadãos não sabem sequer ler”.
Fiquei pensando sobre o episódio durante toda a semana e analisando com cuidado o teor das duas arguições e entendi que é preciso construir o discurso da conciliação entre essas duas falas. Afinal, éevidente que o senador Cristovam Buarque que até por ser alémde parlamentar, também professor  é  conhecedor da realidade educacional no Brasil  e explicitamente quis chamar atenção para o problema do analfabetismo, que  como bem sabemos é ainda um dos grandes problemas sociais no país. É bem verdade que do ponto de vista econômico já não somos meros coitadinhos, já que iniciamos a segunda década do milênio ocupando o sexto lugar entre as potencias mundiais e com previsões bastante otimistas de logo-logo ultrapassarmos a França e sermos (provavelmente) a 5ª potência mundial. Todavia quando se fala emdesigualdade social, percebe-se sem dificuldade nenhuma que o nosso problema está na má distribuição de renda – o que significa que também uma má distribuição de oportunidades na educação, acesso à cultura, acesso à saúde, etc. Pela previsão da UNESCO só daqui a 40 anos poderemos alcançar os números desejáveis pela organização.
Podemos até nos entusiasmar de que com a efetivação do Plano Nacional de Educação – PNE, é possível que os tais números desejadossejam alcançados até antes, mas é bom não nos iludirmos tanto, pois as melhorias na educação brasileira tem sido conquistadas a passos de tartarugas.
Arrisco-me a dizer que com a “cambada” de políticos descomprometidos e desqualificados que ocupam desde as cadeiras das câmaras municipais aos mais altos cargos do poder, não dá pra confiar que a educação serão de imediato olhada como prioridade.
Por fim é evidente que o discurso de Cristovam Buarque faz muito sentido, no entanto não dá pra ignorar o discurso do Senador Suplicy, afinal se houvesse mais amor em nosso país, haveria mais investimentos em educação, cultura, saúde, esporte... E, portanto haveria mais oportunidade para todos. Enfim seriamos um país menos desigual.



[1]Graduado emFilosofia (Bacharelado e Licenciatura Plena) pela Universidade Federal do Pará - UFPA. Pós-graduado em Educação, Diversidade e Inclusão Social pela Universidade CatólicaDom Bosco (UCDB). Professor da Rede Estadual de Educação – SEDUC/PA.  Coordenador do Núcleo de Cultura e Educação Populardo Instituto Caboclo da Amazônia. Membro da Academia Igarapémiriense de letras cadeira nº 01- patrono Manoel Alexandrino Correa Machado.



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